17 maio 2008

Corações de papel

De que é feito o amor? De vontade, de tempo, de perfeição. De espera, de respeito, de paciência. De doçura, de proximidade, de generosidade. De sonho, de paixão e de alguma tristeza. Há pessoas que ficam muito tristes quando percebem que se vão apaixonar. E outras que ficam ainda mais quando se apercebem que não conseguem atingir esse estado exaltado e sublime que faz parar os ponteiros do relógio.

Há momentos que nos ficam para sempre, que guardamos em segredo e no silêncio, para nada nem ninguém lhes possam tocar. São só nossos. A sua importância é incomensurável e por isso pertencem a outra dimensão. A dimensão rara e perfeita que se sente em certas músicas ou em tardes de Verão, em que nós somos mesmo nós e, apesar disso, conseguimos estar em paz.


E o nosso amor, aquele que o tempo, ou a vida, ou o medo, ou a falta de sorte não deixam construir, está guardado para sempre. Talvez um dia sirva para alguma coisa, para fazer feliz alguém, como eu já te fiz a ti e tu a mim, num tempo fora de todos os tempos em que eras tu que estavas comigo e não uma imagem à tua semelhança que inventaste para enganar o tempo e o mundo.Quando quiseres descansar e olhar para dentro, verás que não é assim tão difícil. Como tudo o resto, é só querer.

Margarida R. Pinto

1 comentário:

Ana disse...

"Como tudo o resto, é só querer."
Adoro*